A qualidade do leite está
ligada diretamente à higienização, regulagem e manutenção dos equipamentos de
ordenha e de resfriamento do leite. Para manter em dia este sistema, o produtor
dispõe da solução aqui perto: trata-se dos minilaboratórios de aferição da
atividade leiteira, do Arranjo Produtivo Local (APL Leite Fronteira Noroeste).
O coordenador do APL
Leite Fronteira Noroeste, Diórgenes Albring, associado da Unitec, explica que com
a importância e reconhecimento da atividade leiteira na região é que surgiu o
APL Leite, e, consequentemente, a equipe técnica das entidades parceiras salientou
a necessidade de se avaliar a qualidade dos equipamentos das salas de ordenha e
o sistema de resfriamento de leite. "Sempre se teve uma desconfiança que o
sistema poderia não estar funcionando de acordo ou então apresentando alguns
problemas", revela.
Foi então que no ano de
2016 se iniciou o debate acerca deste assunto e no ano seguinte o APL Leite
Fronteira Noroeste buscou um projeto no governo estadual, a fim de adquirir os minilaboratórios,
que são o conjunto de equipamentos que avaliam o funcionamento e trazem conhecimento
técnico para resolver problemas no sistema de ordenha. "Com este foco de
trabalho, conquistamos o recurso para a aquisição dos dois minilaboratórios e
iniciamos o trabalho a campo. Os dois veículos equipados tem investimento de R$
216 mil. Começamos em outubro do ano passado e já atendemos mais de 300
propriedades da região", explica Albring.
Técnico realiza uma série de serviços com o minilaboratório
Os minilaboratórios
contam com conjuntos de equipamentos altamente precisos, conforme Albring, que
garantem um excelente resultado. Na propriedade, o técnico que realiza o
trabalho faz a regulagem e limpeza dos pulsadores; avaliação da qualidade da
água; medição da capacidade de produção de vácuo; localização adequada dos
relógios e reguladores de vácuo; orientação correta do uso dos produtos de
higiene e limpeza; orientação geral sobre manejo para a qualidade; pressão de
gás e funcionamento dos resfriadores; aferição da temperatura do leite com o
timer; e avaliação da qualidade da energia.
O técnico que realiza o
trabalho nas propriedades é Rogério Luis Ressel, associado da Unitec. Ressel
destaca que, na propriedade, orienta sobre o uso dos detergentes e da temperatura
da água, faz a aferição dos pulsadores e bomba de vácuo e também trata da
limpeza dos pulsadores. "É um serviço completo. Chego à propriedade às 7 horas,
para acompanhar a ordenha e verificar como é feita a limpeza do equipamento.
Depois, faço a aferição de equipamento. O ideal é que este trabalho seja feito
a cada seis meses", diz.
"Estamos trazendo uma
proposta diferenciada. Primeiramente é realizado o diagnóstico, para então
depois disso o produtor poder providenciar a compra das peças que estão com
defeito no estabelecimento que preferir. Após isso, retornamos à propriedade e
realizamos a instalação e regulagem dos novos itens. Ou seja, são duas
visitas", comenta.
Albring acrescenta que o
técnico Ressel foi capacitado pela Embrapa, via CapLab, DeLaval e pela Gimenez,
para atuar no programa. "Atualmente contamos com um técnico, mas nossa estimativa
é que possamos ter dois profissionais a campo." Para ele, quando o técnico
chega à propriedade, merece ser reconhecido pela qualidade da manutenção dos
equipamentos e pela sua eficiência, que é a proposta do programa.
Em torno de 90% das propriedades atendidas
apresentavam problemas
O número é surpreendente,
segundo Albring. O coordenador do APL Leite Fronteira Noroeste afirma que estes
problemas no sistema de ordenha, de forma indireta, causam sua ineficiência e
baixa qualidade do leite. "A Contagem de Células Somáticas (CCS) afeta a
qualidade do leite, pois boa parte das mastites são causadas em função dos
problemas de ordenha. E a Contagem
Padrão em Placas (CPP) ocorre em função da ineficiência do sistema (temperatura
de água, por exemplo, e resfriadores ineficientes", explica.
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O profissional afirma
que, muitas vezes, o produtor não identifica a necessidade deste serviço.
"Hoje, quem contrata o serviço é o produtor que tem a percepção da necessidade,
que quer ficar na atividade e ter os equipamentos funcionando bem. O produtor
de leite utiliza a ordenhadeira duas vezes por dia e, na maioria dos casos, não
faz a revisão. Ele também sabe regular a plantadeira e demais equipamentos com
que trabalha na lavoura, por exemplo, mas dificilmente tem conhecimento na ordenhadeira
e no resfriador. E acredito que isso ocorra porque os problemas no leite são invisíveis
(como CCS e CPP), e, por isso, seja difícil avaliar a necessidade de contratar
o serviço."
Agendamento do serviço
Albring acrescenta que a
meta é atender dois produtores por dia. "Em torno de 90% das propriedades atendidas
até agora apresentaram algum problema. O produtor estava carente de um trabalho
com este. A ideia, inédita até então no Estado, já mostrou resultado, que são
os produtores satisfeitos e comprovando que melhorou tanto a ordenha como a
qualidade do leite."
Para ter o serviço do
minilaboratório na propriedade, o produtor pode agendar diretamente no Funcap,
pelo número (55) 3535-2170. São oferecidos dois formatos: a aferição sem o
diagnóstico tem o valor de R$ 220,00 mais R$ 0,90 por quilômetro (deslocamento);
e com o diagnóstico o adicional de R$ 100.
O APL Leite Fronteira
Noroeste tem como entidade gestora o Funcap e é uma parceria da Associação dos
Municípios da Grande Santa Rosa, Emater/RS-Ascar, Corede, Associação dos
Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Embrapa, cooperativas, instituições de
ensino e indústrias lácteas, abrangendo 22 municípios.
Texto e foto: Assessoria de comunicação
Unitec.