Neste ano, a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla será diferente. Tendo como tema 'Protagonismo empodera e concretiza a inclusão social', inicia no próximo dia 21 e segue até 28 de agosto, e em virtude da pandemia do coronavírus, não será possível realizar encontros e eventos como de costume.
Mas, para a Apae de Três de Maio, ao mesmo tempo em que se vive um momento de incertezas, um sonho antigo torna-se realidade nesta semana especial. Após anos de trabalho, planejamento e economia, a instituição apresenta a reforma de ampliação e adequação de espaços que abrigará o Centro Especializado em Reabilitação Auditiva e Intelectual (CER II), bem como os serviços de educação, saúde e assistência social.
O presidente da Apae, Vilson Foletto, diz sentir-se muito feliz, juntamente com a diretoria. "A comunidade de nossa cidade, região e Estado acompanha os trabalhos da Apae e a desenvolve para que se possa continuar qualificando e oferecendo novos serviços. Sonhamos juntos e conseguimos concretizar mais este sonho. A família apaeana e todos que acompanham nosso trabalho sabem o quão importante e gratificante é esta reforma. Nossa demanda é crescente e se fizeram necessárias a reforma, ampliação e adequação dos espaços físicos", destaca.
Iniciada no mês de janeiro, contemplou a edificação do segundo piso do Bloco 2, que foi o primeiro prédio construído da Apae, em 1978. As novas instalações contam com mais de 300 metros quadrados e foram viabilizadas com recursos próprios, oriundos das diversas ações e campanhas realizadas pela instituição ao longo dos últimos anos, por meio de projetos, doações espontâneas e anônimas. "Ressaltamos que a reforma, ampliação e adequação só foram possíveis graças a imagem que a Apae tem junto à comunidade local, regional e estadual. Estamos sempre em busca de melhorias para qualificar cada vez mais os nossos serviços", relata Foletto.
Atualmente, a Apae de Três de Maio, mantenedora da Escola de Educação Especial Helen Keller, do Centro de Atendimento Educacional Especializado Helen Keller e do Centro Especializado em Reabilitação Auditiva e Intelectual (CER II), atende 235 pessoas com deficiência intelectual e/ou autismo, pacientes e usuários e suas famílias. Atuam na instituição assistentes sociais, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, psicólogas, terapeutas ocupacionais, nutricionista, técnica de enfermagem, médico neuropediatra, médico neurologista, médico clínico-geral, médico psiquiatra, médico otorrinolaringologista, professores, direção administrativa, direção pedagógica, coordenação pedagógica, serviços administrativos, equipe de apoio e serviços advocatícios voluntários.
Até julho, CER II atendeu mais de 1.300 pacientes
O Centro Especializado em Reabilitação Auditiva e Intelectual (CER II) da Apae de Três de Maio está em funcionamento desde maio de 2019. Referência para a rede de atenção à saúde, realiza serviços de audiologia e fornece, via SUS, aparelhos auditivos. De acordo com o assistente social da Apae, Leandro Steiger, responsável pelo CER II, desde o início das atividades, foram atendidos mais de 1.300 pacientes, sendo mil somente nos sete primeiros meses de 2020.
Steiger explica que no CER II são realizados serviços como teste da orelhinha e teste da linguinha, exames auditivos e protetização auditiva, atendendo pacientes de 16 municípios da região (Alegria, Boa Vista do Buricá, Campina das Missões, Cândido Godói, Doutor Maurício Cardoso, Independência, Horizontina, Nova Candelária, Novo Machado, Porto Lucena, Porto Vera Cruz, Santo Cristo, São José do Inhacorá, Senador Salgado Filho, Três de Maio e Tucunduva).
No dia 7 de agosto, Ângelo Schäfer dos Santos, nascido em 22 de junho, acompanhado da mãe, Ana Paula Schäfer, esteve no CER II para realizar o teste da orelhinha. De janeiro a julho, foram realizados 156 testes da orelhinha. Obrigatório por lei, ele é feito nos bebês para detectar, precocemente, problemas auditivos que podem comprometer o desenvolvimento da fala e linguagem.
O três-maiense Nicolau da Rocha Mayer, de 79 anos, esteve no CER II no último dia 5 para uma revisão de prótese com a fonoaudióloga Daniela Bonfanti dos Santos Elicher. Morador de Três de Maio, Mayer tinha dificuldades para ouvir e colocou prótese nos dois ouvidos no dia 23 de julho. Ele saiu da consulta satisfeito com o resultado. "O atendimento aqui foi rápido e muito bom. A adaptação foi boa e estou escutando muito bem", comemora. Além de Mayer, outros 98 pacientes atendidos pelo CER II receberam aparelhos auditivos, via SUS.
Também no dia 5 de agosto, Inês Zawaski, de 73 anos, esteve o CER II para realizar a consultar com o médico otorrinolaringologista Reinaldo Sawitzki. Moradora de Horizontina, Inês consultou primeiramente com a fonoaudióloga no dia 23 de julho. Ela foi encaminhada pela Secretaria de Saúde de Horizontina e diz que o tempo de espera foi pequeno. "Gostei do atendimento. Eu tenho dificuldades para ouvir, nos dois ouvidos, e preciso dos aparelhos."
'Ouvir bem melhora a qualidade de vida'
As fonoaudiólogas Daniela Bonfanti dos Santos Elicher e Fabíola Meinertz, que atendem pacientes que precisam das próteses auditivas, explicam que são elas que realizam o primeiro atendimento. "O paciente que chega aqui no CER II, encaminhado pela Secretaria de Saúde do município em que reside, já tem perda auditiva detectada, ou seja, foi encaminhado porque precisa de prótese auditiva. Se ele ainda não precisa de prótese mas tem dificuldades, recebe acompanhamento auditivo. Fazemos os exames e este paciente passa, novamente, por uma consulta médica. Todos que vêm para cá já possuem o exame prévio, realizado no hospital, via SUS", complementam.
Os pacientes são, na maioria, idosos, que apresentam presbiacusia (diminuição auditiva relacionada ao envelhecimento, por alterações degenerativas, fazendo parte do processo geral de envelhecimento do organismo). "A maior queixa deles é da dificuldade de entendimento da fala", contam as profissionais.
O primeiro passo ao chegar no CER II é a realização da audiometria (exame que avalia a capacidade do paciente de ouvir estímulos sonoros). Após, o paciente segue para uma consulta com o médico otorrinolaringologista. Na terceira etapa é feito o molde do aparelho, seguido de teste, e então na quinta ida ao CER II o paciente sai com a prótese auditiva. "É indicado um retorno para possíveis ajustes no aparelho, caso necessário." Todos os anos o paciente deve retornar para que seja feita uma nova audiometria, a fim de monitoramento da perda auditiva e realização de novos ajustes nos aparelhos, quando necessário.
"A adaptação do paciente com as próteses é um processo e nós estamos aqui para auxiliar. O aparelho só traz benefícios ao usuário. Se ele não se adapta e também não retorna para que façamos os ajustes necessários, o problema poderá se agravar. Ouvir bem melhora a qualidade de vida", finalizam.
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Fonte: Assessoria de Comunicação Apae Três de Maio