"A devolução à natureza permite que esses animais silvestres continuem cumprindo seu papel ecológico nos ecossistemas e, em alguns casos, contribui para a conservação de espécies. As solturas, contudo, devem ser feitas exclusivamente pelos órgãos competentes", salientou a secretária da pasta, Marjorie Kauffmann.
O trabalho é criterioso e envolve uma série de cuidados, como a definição do local e da melhor época, a garantia do transporte adequado e a avaliação das condições comportamentais, físicas e de saúde do animal, que deve retornar a seu ambiente natural, para que possa caçar e sobreviver em liberdade.
Às vésperas da soltura, a Sema contou com apoio do núcleo Preservas do Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que examinou as condições de saúde da ave e ofereceu alimentação adequada. Tudo para garantir que ela estava apta a voltar para casa.
No mesmo local, a espécie foi anilhada com apoio do Laboratório de Ornitologia da UFRGS. A recuperação e monitoramento do gavião foram feitos pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e Marinhos (Ceram) do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da UFRGS, em Imbé.
Espécie em risco de extinção
Exclusivo do bioma Mata Atlântica, o gavião-pombo-pequeno integra a lista oficial de espécies ameaçadas de extinção no Brasil. Segundo técnicos da Divisão de Pesquisa da Sema, essa ave é de ocorrência rara no Rio Grande do Sul, com pouquíssimos registros na região litorânea, todos eles recentes.
Pesquisadores acreditam que a espécie esteja iniciando um processo de colonização das áreas de floresta de planície do Litoral Norte gaúcho a partir de suas áreas de ocorrência em Santa Catarina, onde costuma ser avistada com mais frequência.
Texto: Joyce Heurich/Ascom Fepam
Edição: Camila Cargnelutti/Secom