A brasileira Manuela Vitória de Araújo Farias, condenada a 11 anos de prisão por entrar na Indonésia com cocaína, espera pagar R$ 300 mil ao governo do país asiático parcelada em até quatro anos. O valor é a multa estipulada no julgamento como parte da pena.
A quitação dentro deste prazo garante a ela a chance de progressão de regime, pois coincide com o tempo em que a Justiça volta a analisar a sentença e uma possível concessão de benefícios. Ela segue detida.
A informação sobre o pagamento da dívida, que representa 1 bilhão de rúpias indonésias, foi confirmada pelo advogado da família Davi Lira da Silva. Ele cuida do caso da mulher no Brasil. A confirmação da condenação foi divulgada na quinta-feira (8).
Presa desde janeiro após ser flagrada no aeroporto de Bali com cerca de 3 quilos de cocaína, a brasileira de 19 anos começou a estudar inglês e bahasa, idioma do país, em abril. Segundo Silva, os estudos ajudam na ressocialização da jovem.
A expectativa do advogado é que Manuela cumpra pena em regime fechado por cerca de 7 anos e, depois um período em regime aberto, onde deverá trabalhar e estudar no país. Após esse período, é esperado que ela volte ao Brasil.
Em maio, o Ministério Público da Indonésia havia pedido que a jovem fosse condenada a 12 anos de prisão. Manuela partiu de Florianópolis e, segundo a defesa, teria sido usada como "mula" para levar a droga ao país, além de ter sido enganada por uma organização criminosa de Santa Catarina, que prometeu férias e aulas de surfe.
"Onze anos de prisão, que acredito que pode ser cumprido de 6 a 7. A defesa se sente feliz. O termo usado por mim e pelos outros defensores é milagre", disso o advogado.
O julgamento na Indonésia teve início em abril, dois meses após ela ser indiciada por tráfico.
Manuela tem residência em Santa Catarina, estado onde vivia a mãe, e no Pará, onde o pai mora. Conforme o advogado, ela atuava como autônoma, vendendo perfumes e lingeries no Brasil.
Ao g1 SC, a Polícia Civil de Santa Catarina não passou detalhes sobre a suposta organização criminosa, mas informou que "todas as investigações são mantidas em sigilo". A reportagem também tentou contato com a Polícia Federal, que não retornou ao pedido.