Expofeira 2019: As lições da Colheita da Soja


No sábado, dia 27, integrando a programação do Encerramento Nacional da Colheita da Soja e a Abertura Oficial da Expofeira 2019, foi realizado painel técnico que divulgou os dados oficiais da Sofra de Soja. O evento ocorreu no Centro de Eventos da Expodinâmica e agregou importantes conhecimentos aos participantes, agraciados pela participação do Diretor Técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, que apresentou as últimas estimativas da produção de soja no Rio Grande do Sul, do pesquisador da Embrapa, Paulo Bertagnolli, que palestrou sobre o Programa da Embrapa para melhoramento genético da soja, e do representante da Solo Corretora de Cereais, Indio Brasil Santos, que abordou as tendências do mercado da soja. Também participaram do evento os debatedores Paulo Pires - presidente da FecoAgro, Carlos Joel da Silva - presidente da Fetag, Luis Fernando Marasca Fucks - Presidente da APROSOJA/RS e Germano Büttow - Presidente da AENORGS.

Na oportunidade foram apresentadas as expectativas da produção brasileira, com informações disponibilizadas pelo diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Carlos Roberto Bestetti - representado neste ato por Roberto Racho, presidente da Exporural da Fenasoja. De acordo com os dados divulgados por Bestetti, a produção de soja mundial alcançou aproximadamente 360,58 milhões de toneladas. No período 2017/218, o número era menor, totalizando 341,67. Dos números atuais, 117 milhões de toneladas referem-se à produção de soja brasileira, numa área de plantio com aproximadamente 35.775,20 milhões de hectares. O Brasil é o segundo maior país produtor de soja, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que totalizou em março deste ano a produção de 123,66 milhões de toneladas. Juntos, os dois países representam 67% da safra mundial.

"O impacto nesse aumento de produção é de responsabilidade basicamente da Argentina, que aumentou 17,2 milhões de toneladas, e dos Estados Unidos, que alcançaram incremento de 13 milhões de toneladas em relação à safra anterior. O Brasil teve uma queda significativa, segundo os nossos levantamentos. Os problemas climáticos foram influência para o resultado da safra no Rio Grande do Sul, que está estimada na produção de mais de 18 milhões de toneladas. Das últimas quatro safras, estamos abaixo da média. A tendência é continuar a baixa da exportação nos próximos meses", aponta Bestetti, durante contato via Skype. Afetada pelo clima quente e seco em diversas regiões do Brasil, a produção de soja foi estimada em quase dois milhões a menos que o limite superior do levantamento de dezembro, de 120,066 milhões de toneladas.

Rugeri apresentou as últimas estimativas da safra no Estado. A área total de soja no Rio Grande do Sul nesta safra foi de aproximadamente 5.803.588 hectares, com expectativa de produção de mais de 18,6 milhões de toneladas, em torno de 6,45% superior em relação à safra passada. A expectativa de produtividade média é de 3.218 kg/ha. "Embora registrada uma pequena queda, comemoramos resultados satisfatórios, que traduzem a dedicação e eficiência dos nossos agricultores. Esses números mostram a pujança da classe. Estamos felizes com a colheita da soja", enfatizou Rugeri.

No painel foram explicadas as indicações técnicas para a cultura da soja no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, geradas na 42ª Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul, realizada em 2018 em Três de Maio, na Setrem. O evento contemplou também o lançamento oficial do livro com as indicações técnicas para a cultura da soja no RS e SC, produzido de forma colaborativa pela comissão científica do evento. O evento contou com a participação do coordenador do curso de Agronomia da Setrem, Marcos Caraffa, integrante da Comissão Organizadora da 42ª Reunião de Pesquisa da Soja. Na sequência, foram presentadas informações sobre o mercado da soja pelo representante da Solo Corretora de Cereais. De acordo com Indio Brasil Santos, o cenário é desafiador e o momento é manutenção de preços.

 "Tivemos um ano excecional em virtude da quebra na Argentina e da disputa comercial entre China e Estados Unidos. Agora, passamos por um momento no qual a safra brasileira quebrou, mas a Argentina recuperou em torno de 23 toneladas a mais este ano, o que equilibrou o volume de oferta de soja no Hemisfério Sul. Consorciado com a previsão de área americana, que em tese será um pouco menor do que o ano passado, somada às questões climáticas, estimamos que a oferta global de soja seja mantida. Na contramão disso, a demanda na China vem caindo, em virtude do evento da peste suína africana nos rebanhos suínos. Os impactos disso, na minha opinião, são preocupantes, pois a China deve reduzir a importação de soja em nove milhões de toneladas do grão. Isso impactará no Brasil. Por mais que consigamos exportar mais carne este ano, a retração de demanda de soja não vai conseguir num curto espaço de tempo ser compensada pela exportação de carne. Vamos brigar fortemente para ter uma manutenção de preço. Se houver um problema climático no plantio americano, que possa trazer quebrar significativas, a gente pode rever isso. Mas, no momento, não projetamos retomada de preços. O melhor momento de preço para esse ano já passou. O produtor encontrará um desafio muito grande", analisa, ponderando a importância de o agricultor ficar atento ao custo de formação de lavoura, segurando o pé nos investimentos para evitar endividamentos e, assim, passar esse momento de turbulência da economia.

De olho no planejamento, o trabalho de dedicação à cultura da soja segue e utilizar estratégias de alta produtividades é fator determinante dentro do cenário desafiador. O pesquisador da Embrapa, Paulo Bertagnolli, enfatizou no painel ações imprescindíveis para o melhoramento genético da soja e alta produtividade como, por exemplo, solo estruturado, rotação de culturas, fertilidade corrigida, adubação de manutenção, cultivares adequadas, semeadura na época adequada e manejo adequado de cada cultivar. O painel culminou com o ato simbólico de Encerramento Nacional da Colheita da Soja - evento realizado em parceira com a Fenasoja. 



Fonte: Assessoria de Imprensa Expofeira 

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