Secretaria da Fazenda apresentou ao Ministério Público,
nesta terça-feira (15), uma nova relação de empresas apontados por sonegação de
ICMS e ITCD, o imposto sobre heranças e doações. O lote compreende 149
representações fiscais para fins penais que visam a recuperar R$ 488 milhões
entre o imposto que deixou de ser recolhido, multas e juros. Com mais este
lote, a Receita Estadual já contabiliza, desde 2015, um total de 988
denúncias-crime, somando R$ 2,06 bilhões em tributos sonegados.
EVOLUÇÃO ANO A ANO DAS REPRESENTAÇÕES FISCAIS PARA FINS
PENAIS
As empresas do ramo industrial configuram 66% das autuações,
somando R$ 323 milhões. A principal irregularidade verificada, por sua vez, é o
lançamento de créditos indevidos para abater o valor de imposto que a empresa
deveria pagar, representando 69% do montante total (R$ 335 milhões).
Numa escala bem abaixo entre as situações de sonegação, em
seguida vêm possíveis irregularidades no recolhimento do ICMS na modalidade de
substituição tributária (R$ 58 milhões e as omissões na emissão da nota fiscal
quando da saída de produtos (R$ 54 milhões).
VALOR POR RAMO DE ATIVIDADE e VALOR POR TIPO DE
IRREGULARIDADE (2018)
Ao entregar as representações ao procurador-geral de
Justiça, Fabiano Dallazen, o secretário da Fazenda, Luiz Antônio Bins,
salientou os avanços da Receita Estadual no combate à sonegação de impostos. "A
novidade deste lote de representações está no primeiro grupo de suspeitas sobre
o ITCD, que representam perto de R$ 4 milhões que deixaram de ser recolhidos",
apontou Bins. Entre as representações entregues estão incluídas autuações
provenientes de diversas operações em parceria com a Promotoria de Justiça Especializada
no Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária e a Promotoria de Justiça de
Defesa do Consumidor. O secretário salienta que a parceria com o MP nas
ofensivas contra os crimes de sonegação já vem de mais de 30 anos.
As representações correspondem a autos de lançamento de
sonegação fiscal lavrados contra contribuintes do ICMS e do ITCD que apresentam
indícios de cometimento de crimes contra a ordem tributária. Os trabalhos de
auditoria fiscal foram efetuados pelas delegacias da Receita Estadual em
diversas regiões do estado e os valores apurados já estão inscritos em Dívida
Ativa. A iniciativa visa a permitir a
análise e a consideração quanto à oportunidade de oferecimento de
denúncia-crime contra os autuados por parte do MP.
"A parceria estabelecida com o MP contribui para o aumento
da percepção de risco e da liquidez dos créditos tributários, uma vez que pode
implicar, inclusive, na responsabilização criminal dos sonegadores", apontou
Mário Luis Wunderlich dos Santos, subsecretário da Receita Estadual. O
subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Lemos
Dornelles, acompanhou a entrega das representações, assim como o chefe da
Divisão de Fiscalização da Receita Estadual, Edison Moro Franchi.
Texto: Pepo Kerschner/ Ascom Sefaz
Edição: Léa Aragón/ Secom