Dia do Apicultor: renda e preservação do meio ambiente são resultados da Apicultura


Pesquisa realizada pela Emater/RS-Ascar, parceira da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), nos 45 municípios pertencentes à região administrativa de Santa Rosa identificou a existência de 2.083 apicultores tradicionais de apis melífera, conhecidas como abelha com ferrão. Este importante profissional é lembrado de forma especial em 22 de maio, quando é celebrado o Dia do Apicultor, cuja atividade depende de conhecimento e vocação e de ambiente preservado. A apicultura também é uma importante fonte de renda para quem a ela se dedica.
 
Geração de Renda

A geração de renda oriunda da criação de abelhas é um dos fatores de destaque, quando se fala de apicultura na região. De acordo com o extensionista rural do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar, Jorge João Lunardi, são produzidas 346 toneladas de mel por ano, advindas de 23.311 caixas instaladas em colmeias."Isso gera na região uma renda rural que supera os R$ 15 milhões ao ano", observa Lunardi.
Incentivado pela Emater/RS-Ascar há 40 anos, Egídio Pich, de Cândido Godói, dedica-se à apicultura, tornando-se uma referência de conhecimento no assunto. Atualmente sua família possui 80 colmeias de abelhas africanizadas, obtendo uma média de produtividade aproximada de 25 quilos por colmeia. "O resultado anual depende de fatores como manejo e clima. Se houver pouca chuva no verão, por exemplo, colhe-se mais mel", explica o apicultor.
Assim como a apicultura é importante para a geração de renda de alguns, a atividade faz parte da produção de autoconsumo para outros. Na região, segundo o último levantamento, 1.557 apicultores detêm colmeias com até 20 caixas de abelhas; 408 apicultores têm de 21 a cem caixas e 53 apicultores têm mais de cem caixas de abelhas. Há alguns casos de apicultores que têm até mais de 500 caixas espalhadas em diversos municípios.
No momento, o preço do mel comprado para a exportação varia de R$ 4,00 a R$ 6,00 o quilo. Por outro lado, existe a venda direta ao consumidor a um preço aproximado de R$ 20,00 o quilo. Entretanto, Lunardi aponta como um dos principais gargalos a falta de inspeção sanitária do produto, o que, em alguns casos, o dificulta o acesso a programas institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). "Na região, até o momento, apenas seis municípios têm o Sistema Municipal de Inspeção funcionando para o mel", observa.
Uma das saídas pode ser o associativismo. No momento, existem na região 11 associações com 121 sócios e dez casas do mel, com 41 sócios.

Preservação das colmeias e do ambiente

Lunardi observa que alguns apicultores tradicionais procuram áreas apícolas, em comunidades com poucas de soja, por exemplo, uma vez que é menor a aplicação de agrotóxicos, produtos que mui9tas vezes provoca a mortandade de abelhas e a diminuição da atividade apícola.
É o caso de João Anselmo Thiele, que possui 190 caixas de abelhas em plena produção, espalhadas pelos municípios de Santa Rosa, Dezesseis de Novembro e São Borja. Neste ano, a produção familiar deve ultrapassar 4 mil quilos e será entregue a uma empresa de Santo Ângelo. "Expandindo para as regiões de campo nativo e de mata, conseguimos proteger as colmeias da interferência dos agrotóxicos, tem mais espaço para o manejo e disponibilidade de florada, o que interfere na produção", pontua Thiele. Ele também destaca que percebeu avanços na consciência e no cuidado para evitar problemas de mortandade de abelhas em virtude da aplicação de agrotóxicos. "Nos últimos dois anos não tive mais problemas, neste sentido. Com a Assistência Técnica da Emater e de cooperativas, os agricultores estão fazendo a aplicação mais adequada dos agrotóxicos, o que é muito importante para as abelhas, para as pessoas e também para o equilíbrio do meio ambiente", afirma o apicultor de Santa Rosa.

Vocação e Assistência Técnica

João Anselmo Thiele, que está na atividade há 33 anos, reconhece que a vocação é um fator importante para se dedicar à apicultura. "Eu comecei e continuo porque gosto de lidar com os bichinhos e também como uma forma de preservar a sua diversidade e o meio ambiente", afirma.
Para seguir na atividade, Egídio, de Cândido Godói, também destaca que é preciso muita doação e vocação. "Desempenhamos esta atividade com muito prazer e alegria, desde 1980, e isso faz diferença no resultado", destaca. O manejo da colmeia é feito durante o ano inteiro, seguindo aspectos como a troca de rainha e a troca de cera, para melhorar a produtividade.
A Emater/RS-Ascar, em conjunto com a Seapdr, continua a incentivar seus profissionais, lideranças e a agricultores na criação de Apis e também dos Meliponídeos, que são as abelhas sem ferrão. Para isso, segue à disposição para visitas técnicas e, em momento oportuno, retornará com a demonstração da atividade em feiras, escolas e capacitações. Nestes momentos, são apresentadas orientações em relação ao manejo da atividade e também aspectos da legalização sanitária, tributária e ambiental da atividade. 

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar 

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