Entidades de mães e pais reclamam de proposta de retorno às aulas


Representantes da comunidade escolar manifestam-se contrários ao cronograma de volta às aulas presenciais apresentado pelo governo estadual. Para a presidente da Associação Mães e Pais pela Democracia, Aline Kerber, a abertura das escolas é precipitada.
"O governador decide contra evidências que ele próprio construiu. Contra prefeitos, contra mães e pais, contra educadores, sem diálogo e com proposta de escalonamento reprovada pela comunidade escolar. Nossos filhos só voltarão quando todos voltarem, escolas públicas e privadas, a partir da construção coletiva de soluções e protocolos baseados em um grande diagnóstico."
Cassiana Lipp, do grupo Direito ao Ensino Não Presencial, considera que não há necessidade de expor crianças e professores. "Sabemos que a escola é o ambiente de maior interação social. Abrir, nesse momento, pode vir a ser prejudicial." Segundo ela, o ideal seria investir em aulas remotas bem produtivas e aprimorar a ambientação digital no Estado. 

Divergências 
O retorno das aulas presenciais no Rio Grande do Sul tem gerado divergência em diversas esferas ligadas à educação. De acordo com o cronograma divulgado pelo governo do Estado, o Ensino Médio (geral) e o Ensino Superior retomam as aulas presenciais na mesma data: 21 de setembro. Já os estudantes do ensino médio de instituições estaduais voltam para as classes somente em 13 de outubro. O Ensino Fundamental - anos finais - volta em 28 de outubro e o Ensino Fundamental - anos iniciais - em 12 de novembro. 
Favorável a volta, o Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (SINEPE/RS) avaliou de forma positiva a divulgação de um calendário, que servirá de guia para as escolas públicas e privadas elaborarem a retomada das suas atividades.
Contrário ao retorno no momento atual da pandemia no Rio Grande do Sul, o Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro/RS) entende que "não há nenhuma condição de volta às aulas presenciais enquanto os números da pandemia não derem sinais claros de redução e controle" e defende que os professores devem participar da definição de calendário, junto à comunidade escolar, pais, professores e funcionários. 
A Famurs, que esteve representada na reunião de divulgação do calendário de volta às aulas presenciais, também não concorda com o retorno dos estudantes para o ambiente escolar. A entidade, mais uma vez, se posicionou de forma contrária à iniciativa proposta pela administração de Eduardo Leite. 
Na avaliação da Famurs, o estudo apresentado pelo Executivo não levou em consideração o estágio da pandemia no Estado, na comparação com outros estados brasileiros e países, e não considerou um programa efetivo de testagem.

Fonte: Correio do Povo

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