Como tradição durante a Expodireto Cotrijal, a Emater/RS-Ascar anunciou na manhã desta terça-feira (03/03) o levantamento das lavouras da Safra de Verão 2019/2020, no Café da Manhã para a Imprensa, organizado na Casa da Família Rural. O diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, apresentou os dados coletados em todo o Estado, considerando a situação das lavouras até final de fevereiro deste ano de 2020. Segundo os números preliminares, as culturas de verão, especialmente milho e soja, sofreram grandes perdas em decorrência dos efeitos da estiagem. Com a confirmação desses números, mesmo com o resultado negativo na produção e produtividade das culturas, esta ainda será a quinta maior safra de verão da história do RS, com uma produção de 28,7 milhões de toneladas e um impacto econômico no valor bruto superior a R$ 32 bilhões.
Além da imprensa de todo o Estado, participaram do anúncio da estimativa da safra de verão 2019/2020 o secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Covatti Filho, o presidente da Emater/RS, Geraldo Sandri, o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, o vice-presidente Enio Schroeder, e o prefeito de Não-Me-Toque, Pedro Paulo Falcão da Rosa, além de representantes de instituições financeiras e de universidades.
Analisando cada cultura, as grandes perdas envolvem as safras do milho, grão e silagem, e da soja. A área de plantio do milho no Estado, considerando a estimativa inicial e a área atual, teve aumento de 1,5%. Porém, os reflexos da estiagem apontam uma redução superior a 20% na média de produção e na produtividade da cultura. A produção esperada para esta safra era de 5,9 milhões de toneladas e uma produtividade de 7,7 mil kg/ha, mas o cenário encontrado a partir do levantamento indica uma redução de 21% na produção (4,6 milhões de toneladas) e uma produtividade média de 5,9 mil kg/ha (redução de 22,3%).
No milho silagem não foi diferente, a redução da produção e da produtividade também foi de cerca de 20%. A expectativa de produção inicial era de 12,5 milhões de toneladas e a estimativa atual é de 9,9 milhões de toneladas, uma redução de 20,7%. Em comparativo com a safra passada (2018/19), a cultura do milho reduziu 18% da sua produção (em torno de um milhão de toneladas a menos).
A soja também apresentou resultados negativos na estimativa da safra de verão. Entre a expectativa inicial e a estimativa atual, a redução na produção foi de 16,2%, nos mais de 5,9 milhões de hectares plantados. Dos esperados 19,7 milhões de toneladas, a cultura deverá encerrar a safra com uma produção aproximada de 16,5 milhões de toneladas. Em comparação com a safra passada (2018/19), a cultura apresenta redução de 10% na produção.
Os efeitos da estiagem também afetaram as demais culturas de verão, como o feijão e o arroz. Em comparação com a expectativa inicial e a estimativa atual, a cultura sofreu uma queda de 7,4% na produtividade e uma redução de 8,7% na produção. Os resultados da safra do arroz também foram negativos no Estado. A cultura sofreu uma redução de 1,8% na área plantada (são 944 mil hectares de área plantada atualmente) e, consequentemente, uma queda na produção de 1,5% (110 mil toneladas a menos do que expectativa inicial, que era de 7,5 milhões de toneladas).
Diferente da crescente produção nas últimas três safras (2017/2018/2019), que encerraram com saldo positivo, a safra das culturas de verão 2019/2020 deve finalizar com uma produção de 28,7 milhões de toneladas, ainda assim será a quinta maior safra de verão da história do RS e gerará um impacto no valor bruto superior a R$ 32 bilhões na economia gaúcha.
REFLEXO DOS RESULTADOS PARA O ESTADO
O diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, após anunciar os números de estimativa da safra, apontou que a redução na produção das culturas de verão já era prevista no início da safra. "Desde o começo da safra nós tivemos dificuldades no clima. Era uma preocupação constante. A heterogeneidade na circulação de chuvas contribuiu para esses resultados e isso causará a redução de rendimento por parte dos produtores. Mesmo assim, apesar dos números, essa é considerada a quinta melhor safra do Estado, em virtude do incremento acentuado no rendimento de produção dos últimos anos. Por essa razão, nós da Emater, sempre trabalhamos em um tripé de ações, que envolvem a gestão, planejamento e profissionalismo, para avançar em sistemas de produção eficientes, considerando a conservação do solo, uso de tecnologias que minimizem esses impactos, como a irrigação, além das estratégias e políticas públicas que ajudem a mitigar as perdas", explicou Rugeri.
O secretário Estadual da Agricultura, Covatti Filho, participou do anúncio da estimativa da safra e fez uma análise sobre os reflexos dos resultados de safra e das consequências da estiagem no Estado. "Nós vemos algumas perdas muito significativas, em decorrência da estiagem, que ainda deixa o RS em alerta. Podemos ter ainda um agravamento dessa estiagem nos próximos dias, que apresenta uma expectativa de previsão do tempo sem chuvas e que poderá transformar essa estiagem em seca, agravando ainda mais os reflexos negativos na safra de verão", comentou o secretário.
Covatti Filho ressaltou ainda algumas ações e políticas públicas que estão sendo fomentadas no Estado, visando à minimização dos resultados da estiagem, como incremento de recursos no programa de forrageiras, o programa Pró-Milho RS, além de outras ações e encaminhamentos de demandas ao Governo Federal.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar na Expodireto Cotrijal