O internacional viveu uma noite épica e inesquecível no beira-rio. Apoiado por mais de 50 mil torcedores, o Inter mostrou brio, chegou a flertar com a classificação no tempo regulamentar, mas, após sofrer castigo no fim (2 a 1), quis o destino que a festa colorada viesse após uma eletrizante disputa por pênaltis.
Na marca da cal, o time gaúcho chegou a desperdiçar um "match point" e precisou da
cobrança decisiva de seu goleiro Rochet para comemorar a vaga nas quartas: 9 a 8.
Com o resultado, o time comandado por Coudet elimina o "bicho papão" argentino, avança para as quartas de finais da libertadores e encara o Bolivar, que se segurou na arena da baixada e eliminou o Athletico paranaense, também nos pênaltis.
Polêmicas, pressão colorada e nada de gols
Como era de se esperar, o internacional fez valer o apoio do seu torcedor e pressionou o River Plate do início ao fim nos primeiros 45 minutos de partida. Com grande volume ofensivo e passes rápidos pelo meio, o colorado encontrou espaços na defesa rival e criou boas chances para abrir o placar.
Em duas delas, inclusive, o assistente (de forma equivocada) marcou impedimento. Na primeira, Alan Patrick recebeu com liberdade na área, tirou de Armani e acertou a trave. Na segunda, Enner Valencia se projetou na entrada da área e colocou no cantinho, tirando tinta da trave.
E as polêmicas de arbitragem não pararam por aí. Aos 35, após rápida transição da esquerda para direita, bustos foi lançado, invadiu a área e foi derrubado por Enzo Díaz. O árbitro nada marcou, não foi ao var e causou a ira dos jogadores e torcedores do Inter.
Do outro lado, com uma estratégia claramente planejada, o time comandado por Martín Demichelis fez o que pôde para segurar o ritmo do jogo, gastou tempo e foi para o intervalo com o placar agregado favorável.
Inter se impõe, faz o placar necessário, mas leva castigo no fim
A superioridade colorada se manteve na etapa complementar. Com intensidade e muita disposição, o colorado seguiu neutralizando o jogo reativo do River e as chances continuaram aparecendo para os donos da casa.
Aos 15, inclusive, Maurício tabelou bonito com Enner Valencia, finalizou no ângulo e saiu para a festa. Seria o primeiro do Inter, mas o assistente flagrou impedimento do equatoriano no início da jogada. A irregularidade foi confirmada pelo var.
O gol anulado, entretanto, não diminuiu o ímpeto da equipe de Coudet, que, de tanto insistir, foi premiada no beira-rio. Aos 25, após cobrança de escanteio da direita, a bola é desviada na primeira trave e se ofereceu para mercado, que fez valer a lei do ex e emendou um peixinho para o fundo das redes, empatando o placar agregado.
Sem se dar por satisfeito, o internacional, empurrado pela força de mais de 50 mil vozes, manteve a pressão e chegou ao gol do sonho. Aos 33, Alan Patrick cobrou falta do bico da grande área pela esquerda, a bola desviou na barreira e morreu no cantinho, sem chances para Armani.
Com a vaga nas mãos, o colorado só precisava administrar os minutos finais, mas o imponderável se fez presente em porto alegre. Já nos acréscimos, na base do abafa, o River descontou e igualou a eliminatória. Após escanteio da direita, Nacho Fernández desviou no primeiro poste e encontrou Rober rojas, que, livre, empurrou para as redes e forçou a disputa por pênaltis: 2 a 1.
Rochet é "herói com os pés" e Inter avança
Na disputa por pênaltis, mais um caminhão de emoções no beira-rio. De forma eficiente, internacional e River Plate foram certeiros nas cinco primeiras séries e forçaram as cobranças alternadas.
Na morte súbita, já na sétima série, o argentino Solari escorregou, deu dois toques na bola e foi pego pelo var, que garantiu o primeiro "match point" para o colorado na disputa. Na sequência, porém, de pena caprichou demais na batida e carimbou a trave. Incrível.
A aflição seguiu, mas os "deuses do futebol" estavam com o Inter. Na nona série, Robert rojas, que havia marcado o gol que forçou as penalidades, foi de herói a vilão e viu sua potente finalização carimbar o travessão.
Contratado como status de grande pegador de pênaltis, Sergio Rochet, novo goleiro colorado, chamou a responsabilidade como atacante, deslocou Armani com categoria e fez a "justiça" prevalecer em porto alegre. Venceu quem jogou mais: 9 a 8 para o Inter.