As mulheres estão conquistando cada vez mais espaço em disputas da cultura gaúcha, como no laço, que reúne vários competidores pelo Estado. Nas chamadas seleções, prendas e gaúchos se misturam na mesma equipe, como no caso da que representa a 2ª Região Tradicionalista, formada pelos municípios de Arroio dos Ratos, Barão do Triunfo, Butiá, Charqueadas, General Câmara, Minas do Leão, São Jerônimo e Vale Verde.
A 2ª RT tem uma jovem de 19 anos que pode até ser nova na idade, mas já reúne mais de uma década de experiência como laçadora. Moradora de Minas do Leão, Rayanne Dos Santos Soares foi a primeira mulher a integrar a seleção.
Ela conta que teve o exemplo dentro de casa com o pai, Nilson Gonçalves Soares, 58 anos, também laçador. Os dois formam uma dupla nas competições e já conquistaram premiações pelo Rio Grande do Sul.
- Tiramos as despesas e dividimos o prêmio - comenta Nilson, salientando o orgulho da filha.
Em uma casa no campo, pai e filha têm espaço para treinar com os cavalos e manter os cuidados com os animais. Com 11 anos de experiência, Rayane conta com uma companheira no laço, a égua Preta, de 13 anos.
- Agora ela já está mais perto de se aposentar - brinca a jovem, dando carinhos na parceira de disputas.
Mostrando as fotos desde pequena competindo, Rayane enfatiza que cada vez mais meninas estão se aventurando no laço.
- A mulherada dá conta e mostra a que veio. Tem a modalidade das prendas, só para mulheres, e nas outras modalidades é tudo de igual para igual - explica a laçadora.
A última competição de Rayane com a seleção da 2ª RT foi em fevereiro, na 33ª edição da Festa Campeira do RS (Fecars), em Santa Cruz do Sul, mas a agenda não para. Agora, ela e o pai se preparam para mais uma disputa no próximo final de semana, em São Jerônimo.
- Vai ser uma festa à moda antiga, o organizador quer resgatar algumas brincadeiras dos rodeios de antigamente - conta ela.
Com enfoque nas disputas dentro do território gaúcho, os dois não descartam novos desafios no futuro, como competições até em outros estados.
- Vamos indo aos poucos - ressalta.
Fonte: GZH