O Rio Grande do Sul tem 309 mil pacientes que aguardam pelo primeiro atendimento médico com especialistas pelo SUS. Em janeiro, 61 mil pessoas foram atendidas nos mais de 70 hospitais homologados pelo governo. A Secretaria Estadual de Saúde não sabe informar o tamanho da demanda interna por cirurgias nos prestadores de serviços. Oftalmologia e ortopedia estão entre as especialidades mais procuradas.
A fila de espera por cirurgias e consultas com especialistas é um problema histórico que foi agravado pela pandemia e pelo alto custo dos insumos, segundo o governo. Hoje, a oferta é muito pequena na comparação com o tamanho da demanda.
O agricultor Charles Jardel Brock da Silva aguarda há quatro anos por uma cirurgia para colocação de uma prótese no quadril para resolver um problema no fêmur. O homem de 32 anos diz que não consegue mais trabalhar por causa da dor na região e da limitação de movimentos.
''Eu não acredito que a gente precisa passar o trabalho que a gente passa, passando humilhação às vezes. Fico com vergonha às vezes até da minha doença, mas tô sempre correndo atrás, pedindo ajuda e espero que o retorno venha'', diz Charles.
A redução do tempo de espera dos pacientes foi discutida em reunião com o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (Cosems) após o governo federal anunciar repasse de R$ 32 milhões. A verba será destinada para organização e ampliação do acesso aos procedimentos e consultas. Antes, o estado precisava apresentar um plano com as prioridades nas linhas de atendimento.
"Nós pretendemos fazer, com recurso estadual, na ordem de R$ 50 milhões, 41 mil cirurgias e mais de 100 mil consultas com uma tabela diferenciada. Com o programa federal, após a eleição dos critérios e da prioridade de atendimento, esperamos que lá por abril, maio já possamos estar com esse atendimento concreto para que a população possa, pelo menos é o que desejamos, reduzir o tempo de espera com atendimento eletivo na área de especialidades", afirma a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann.
Fonte: RBS TV