Levantamento realizado pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) mostra que, em uma década e meia, houve aumento de quase 1.000% na população carcerária feminina do Rio Grande do Sul. Em 1998, eram cerca de 180 mulheres presas e hoje, são ao redor de duas mil. No mesmo período, aumentou em 170% o total de homens presos.Dados da Susepe revelaram que o tráfico de drogas corresponde a 80% das prisões de mulheres. Desse total, 60% usaram o corpo para levar drogas a companheiros privados de liberdade. Pouco mais da metade garantiu ter sido obrigada a carregar entorpecente, revelou a Coordenadora Penitenciária da Mulher, Maria José Diniz. Ela disse ainda que parte das mulheres está presa porque o marido foi capturado pela venda de drogas, o que as levou a dar continuidade ao negócio ilícito.
A coordenadora também admitiu que o Estado mantém hoje mulheres presas em casas construídas exclusivamente para abrigar homens, ainda que em celas separadas. Além da penitenciaria Madre Pelletier, em Porto Alegre, há prisões em Torres e Guaíba para o sexo feminino. Sobre o número de vagas, Maria José garantiu que não há superlotação, mas preferiu não divulgar a capacidade prisional de mulheres no Rio Grande do Sul.