Raquel
Binkowski,
que atua na Apae de Três de Maio, explica que é papel do
neuropediatra o diagnóstico do TEA, bem como a elaboração do plano terapêutico
e, dependendo do caso, a prescrição de medicações
No domingo, 2 de abril, foi
celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data, definida pela
Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007 para difundir informações,
valorizar a importância do diagnóstico, além de conscientizar e mobilizar ações
e atividades referentes aos Transtorno do Espectro Autista (TEA), reduzindo o preconceito
e a discriminação, teve neste ano o tema 'Mais informação, menos preconceito'.
O neuropediatra é o médico que se especializa em
estudar o desenvolvimento infantil, bem como seus desvios. Como o Transtorno do
Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento, está entre as
condições no âmbito da neuropediatria. A explicação é da médica neuropediatra Raquel
Binkowski. Segundo ela, é papel do neuropediatra o diagnóstico do TEA, bem como
a elaboração do plano terapêutico e, dependendo do caso, a prescrição de
medicações.
Raquel destaca que o TEA é caracterizado por
alterações na interação social, na comunicação e no comportamento, e acrescenta
que, por volta
dos seis meses, o bebê já pode dar sinais de alterações no seu comportamento,
que ficam mais evidentes a partir de 12 a 18 meses.
"A criança que não fala ou tem dificuldades na
fala; que não compartilha interesses, com tendência ao isolamento; que
apresenta padrões restritos e repetitivos de comportamentos e atividades
(brinca somente com uma 'parte' do brinquedo); que apresenta movimentos
corporais ritmados e repetitivos (balançar do corpo ou mãos, bater palmas) e
que não brinca de forma imaginativa (brincar de 'faz-de-conta') merece um olhar
atento dos pais. Também são muito comuns as alterações sensoriais: dificuldades
alimentares, dificuldades no manuseio de diferentes texturas,
hipersensibilidade aos sons, por exemplo."
A neuropediatra ressalta que, diante de qualquer
preocupação dos pais quanto ao neurodesenvolvimento dos seus filhos, a procura
por atendimento especializado com neuropediatra se faz necessária. "A observação
de comportamentos 'diferentes' por outros profissionais, seja da área da saúde
(fonoaudiólogo, por exemplo) ou da educação, em ambiente escolar, pode orientar
a família a procurar uma avaliação."
Ela explica que o diagnóstico é realizado pelo neuropediatra,
através da
observação médica e do relato dos pais e dos profissionais que acompanham a
criança, bem como da observação do comportamento na creche ou escola. E
acrescenta que a comorbidade mais comum presente neste transtorno é o
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). "Porém, podemos
encontrar vários outros, como Transtorno Opositor-Desafiador (TOD) e transtorno
de ansiedade."
Tratamento
Conforme
Raquel, o tratamento de TEA é baseado em terapias, com a participação de
profissionais de diversas áreas, como fonoaudiologia, terapia ocupacional,
psicologia, psicopedagogia e fisioterapia, por exemplo. "Também podemos lançar
mão de equoterapia e musicoterapia. Adaptações no ambiente escolar, bem como no
entendimento da família sobre como conduzir a criança, são extremamente
importantes e fundamentais para termos sucesso nos objetivos propostos. O
tratamento medicamentoso é sempre individualizado e utilizado para os sintomas
que prejudicam a criança, como a agitação psicomotora, os movimentos repetitivos
e os distúrbios do sono", finaliza.
Raquel
faz parte da equipe de saúde da Apae de Três de Maio. Atualmente, a instituição
atende 55 pacientes com Transtorno do Espectro Autista, que recebem
atendimentos de uma equipe interdisciplinar.
Texto:
Assessoria de Comunicação Apae Três de Maio
Jaqueline
Peripolli / Jornalista MTE 16.999
Foto:
Divulgação