A pouca chuva registrada no último fim de semana em zonas produtoras foi suficiente apenas para que os triticultores pudessem semear áreas já preparadas para a finalidade. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, o percentual de área plantada com trigo no RS é de 95%, aproximando-se da média para o período, que é de 96%. As áreas a finalizar se encontram nos Campos de Cima da Serra, região cujo período preferencial para o plantio se encerra em 31 de julho.
De maneira geral, as lavouras se ressentem da baixa umidade no solo, o que dificulta um desenvolvimento mais efetivo e vigoroso, apresentando plantas amareladas e com crescimento aquém do desejado. As temperaturas negativas registradas a partir de segunda-feira (17/07), que provocaram geadas por todo o Estado, em nada afetam a cultura. No atual estágio das lavouras (100% em desenvolvimento vegetativo/perfilhamento), os eventuais danos por crestamento de folhas são recuperáveis, desde que a fertilidade e a umidade do solo se encontrem em níveis adequados.
Canola - Plantio concluído no Estado. A falta de chuvas provocou estresse hídrico, com plantas de porte inferior ao normal e aspecto amarelado, principalmente nas primeiras folhas (basais). Os tratos culturais foram suspensos até a retomada da umidade ideal no solo. O estresse pelo excesso de chuvas no plantio e pela escassez de umidade no crescimento deverá refletir em perdas na produtividade e na lucratividade da cultura. Alguns agricultores estão solicitando Proagro das lavouras que apresentam dificuldade de desenvolvimento. A pequena área que já está em floração deverá ter problemas com a geada do início da semana em boa parte das regiões produtoras.
Cevada - A lavoura se encontra em desenvolvimento vegetativo lento, sendo necessárias precipitações para recuperar o potencial produtivo. A indisponibilidade de nutrientes causada pelo estresse hídrico torna as plantas frágeis, oportunizando o aparecimento de doenças, como manchas na cevada.
Aveia branca - Algumas lavouras já se encontram em início de reprodução, com baixa produção de massa seca, folhas amareladas e pouco perfilhamento. As inflorescências apresentam poucas flores. Essa situação poderá afetar as estimativas iniciais de produção, em razão do período de estiagem ocorrido e devido à lixiviação de nutrientes no período das fortes precipitações ocorridas nos dois últimos meses.
HORTIGRANJEIROS E FRUTAS
Na região Norte do Estado (Alto Uruguai), produtores realizam tratos culturais, e as temperaturas e condições climáticas favorecem o desenvolvimento de olerícolas. O frio que predominou sobre o Estado nesta semana deverá prejudicar principalmente as folhosas cultivadas a campo.
Para as frutas, o frio com temperaturas abaixo de zero grau favorece as culturas das videiras, do pêssego, da maçã, da pereira e da ameixa, com a quebra de dormência. No caso da uva, o frio veio abrandar os ânimos dos viticultores da região Serrana. Na segunda quinzena deste mês, começa o período efetivo da realização da poda de inverno e da aplicação de caldas para a redução futura de fitopatias e pragas. O calor e a secura inviabilizavam os tratamentos de inverno, assim com vinham precipitando o início da brotação das videiras. Alguns produtores tiveram que abandonar a aplicação das caldas nos vinhais de cultivares superprecoces, haja vista que as vinhas em poucos dias já demonstravam as gemas na fase de ponta verde. O próprio plantio de mudas, em áreas novas ou de renovação, vinha sendo postergado pela escassa umidade que o solo retinha.
CRIAÇÕES
Bovinocultura de Corte - A pastagem natural está um pouco reduzida em volume e as pastagens implantadas começam a ser mais exigidas, sendo considerado bom o desenvolvimento das mesmas. Os animais estão apresentando redução das condições corporais e perda de peso devido à queda na qualidade das áreas de campo nativo. A época é de realização dos diagnósticos de gestação. Os produtores estão vacinando as terneiras de três a oito meses contra a brucelose. Apesar da diminuição do uso de carrapaticidas, os campos continuam infestados, mas os dias mais frios com ocorrência de geadas deverão baixar a infestação do carrapato.
Apicultura - Após concluir uma das melhores safras de colheita de mel dos últimos anos, os apicultores estão se movimentando para manejar seus enxames a fim de permitir a sobrevivência das famílias no período de inverno, que exige apoio maior do apicultor. Neste período invernal o clima está sendo positivo para os enxames das abelhas. A pouca chuva, aliada a dias não muito frios e ensolarados do último período, permitiu que as famílias se mantivessem ativas, buscando o alimento necessário para a sua manutenção neste período, bem como se mantendo com boa população acima do normal.
Há várias espécies de plantas que florescem neste período, como algumas variedades de eucalipto, nabo, trevos, astrapeia, entre outras. O que impede o trabalho normal das abelhas não é a falta de flores na natureza, mas o clima adverso.
Apesar das boas colheitas da última safra, a maior parte do mel foi comercializada para o consumidor final ou a granel para os exportadores. O preço do quilo do mel varia de R$ 12,00 a R$ 20,00, dependendo do destino do produto.