A semeadura da soja no Rio Grande do Sul começou nas grandes áreas de forma ainda lenta, próximo de 3%, devido às boas condições climáticas do momento e pela abertura de janela de plantio das culturas de ciclo precoce. As lavouras implantadas são com alto investimento tecnológico, principalmente com semente de qualidade e pela quantidade de fertilizantes colocada na base. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (26/10), o plantio vai se intensificar a partir dessa semana, devendo ser concluído no final de novembro.
O plantio do milho avança nas grandes áreas destinadas à cultura no Estado. No geral, as áreas já implantadas, cerca de 64%, estão bem estabelecidas, com bom estande de plantas e padrão de lavouras, sendo controladas as pragas e invasoras. A condição atual de clima é adequada para a lavoura. No momento, os agricultores também seguem realizando os tratos culturais de adubação nitrogenada em cobertura, controle de lagartas e plantas invasoras. Neste mês, com a ocorrência de temporais e ventos muito fortes, lavouras sofreram danos irreversíveis, havendo solicitações de Proagro, ainda que esporádicas.
Na maioria das regiões produtoras de feijão 1ª safra, já foi praticamente encerrado o plantio, ficando ainda em finalização as áreas das regiões Sul e Serra Gaúcha, que somente semeia a cultura entre dezembro e janeiro, configurando um zoneamento diferenciado entre as duas safras. O que totaliza 63% do plantio da área estimada, sendo que 51% das lavouras já estão em estágio de germinação e desenvolvimento vegetativo; e 8%, em floração, apresentando grande número de flores, prospectando alto potencial produtivo nesse início. A ocorrência de temperaturas baixas, apesar de não ter apresentados danos à cultura, tem preocupado os produtores que seguem realizando tratamentos fitossanitários, aplicação de fungicida e inseticida, também realizaram aplicação de adubação nitrogenada.
Os orizicultores continuam preocupados com o início da safra, pois as condições climáticas desses primeiros períodos continuam desfavoráveis, especialmente pelo excesso de chuvas. Novamente a semana foi marcada pela paralisação dos trabalhos de semeadura do arroz devido a essa situação. Esse atraso de plantio é considerável e há problemas nas áreas já semeadas, em decorrência da alta umidade no solo. Além disso, outra grande preocupação é a possibilidade de perda da época preferencial para realizar a semeadura final das áreas programadas. Atualmente, o plantio alcança 30% da área, bem abaixo da média da safra anterior. Reservatórios de água estão com sua capacidade plena, indicando que não haverá dificuldade para o andamento da safra.
Grãos de Inverno
Com muitas lavouras de trigo já em colheita, a cultura se apresenta com predominância das fases de enchimento de grãos (30%) e maduros prontos para a colheita (45%). No entanto, as lavouras encontram-se desparelhadas, com maturação desuniforme, como consequência das geadas, da seca ocorrida durante o clico do trigo e da fase crítica devido às condições climáticas que estão ocorrendo atualmente, com chuvas excessivas, temporais isolados, ventos fortes e granizo. A qualidade dos grãos é de regular a ruim, considerando as primeiras lavouras colhidas (24% da área estimada). E essa situação está puxando a produtividade para baixo, gerando uma inquietação nos produtores. Aqueles que financiaram suas lavouras estão solicitando Proagro.
Com a evolução da colheita da Canola, no Norte do Estado, os rendimentos têm sido muito aquém do esperado, girando entre meia e uma tonelada por hectare e, de qualidade ruim, com grãos reduzidos e maturação desuniforme. Com as constantes chuvas, há o rompimento das sílicas e a debulha nas lavouras. Os produtores estão recorrendo ao Proagro devido ao desencontro entre o custo de produção e a produtividade atual.
Em fase de maturação e colheita da cevada, com padrão de lavoura ruim, com grãos leves e de coloração escura, características de produto para forrageira e abaixo do padrão para a indústria cervejeira, trazendo prejuízos aos agricultores. Grande parte da produção será destinada para fábrica de rações devido ao baixo poder de germinação do grão.
Frutícolas
Encerrada a safra de citros na região do Vale do Caí, alguns citricultores e comerciantes de frutas ainda comercializam frutas armazenadas em câmeras frias. A instalação destas estruturas tem crescido nos últimos anos, o que possibilita que os consumidores ainda tenham acesso às bergamotas e laranjas produzidas no Estado. A safra de 2018 está em desenvolvimento, resultado da floração ocorrida na segunda quinzena de agosto. A frutificação foi abundante e no momento os citricultores estão realizando tratamentos preventivos à ocorrência de doenças.
Criações
Está em pleno andamento a temporada de parição de bovinos de corte, acompanhada pelos pecuaristas para evitar problemas de partos, verificar e tratar o umbigo e para evitar doenças nos terneiros. Também em andamento a fase de cobertura. Com a brotação e o bom crescimento, as áreas de campo nativo estão melhorando gradativamente o teor de proteína e o valor nutricional. As pastagens cultivadas estão com altos índices de rebrote e ótima qualidade. O excesso de umidade das últimas semanas encharcou o solo e poderá causar perda de área foliar e consequente diminuição de oferta de forragens. Os produtores estão realizando a mineralização dos rebanhos. No geral, os bovinos recuperaram as condições corporais.
Nesta primavera, grande parte dos produtores de gado leiteiro já está preparando áreas para realização de plantio de milho para silagem e áreas de pastagem de verão. Após o excesso de chuvas na semana anterior, os produtores puderam dar sequência ao manejo das pastagens, com roçadas e adubações de cobertura. Grande parte das pastagens de inverno está em final de ciclo, já em fase reprodutiva e com qualidade nutricional comprometida, o que causa queda na produtividade dos rebanhos.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
Jornalista Taline Schneider