Rio Grande do Sul sem vacinação contra febre aftosa é pauta de reunião


Agricultores, lideranças e técnicos reuniram-se no Sindicato Rural de Santa Rosa, para nivelar as informações sobre a situação atual da febre aftosa e discutir a possibilidade de suspender a vacinação contra esta doença no Rio Grande do Sul. Também foram realizadas reuniões também em São Borja, Palmeira das Missões, Cachoeira do Sul, Glorinha, Passo Fundo e Santo Ângelo. No total foram 86 seminários em que o tema esteve em pauta.
A reunião foi coordenada pelo Sindicato Rural de Santa Rosa e pelo Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e contou com a presença de representantes da Emater/RS-Ascar, do Sindicato Rural, de cooperativas, de Inspetorias Veterinárias, da Prefeitura de Santa Rosa, de lideranças locais e pecuaristas. Foi discutido o Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa), visando compartilhar responsabilidades e fortalecer as parcerias dos agentes envolvidos.
Fernando Groff, da coordenação do Pnefa/RS, falou sobre os impactos e a importância de atingir as condições sustentáveis de garantia do status de estado livre de febre aftosa sem vacinação. "Há um Plano Estratégico 2017-2026, que vem sendo executado, dentro do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa", destacou. Os pilares para o controle da febre aftosa são a vigilância a campo, o controle de trânsito, a capacidade de resposta, o controle cadastral e análise de risco, que devem ser reforçados após a retirada da vacinação.

Porque o assunto está em pauta

A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda, provocada por vírus, que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente na boca e nos pés de animais de casco fendido. Os últimos focos registrados no Brasil foram no Rio Grande do Sul, em 2001, no Pará, em 2004, e no Mato Grosso do Sul e no Paraná, em 2005.
Groff explica que os motivos de buscar o fim da vacinação apontam para situações como conquistas de potenciais mercados importadores, além de "o Departamento de Defesa Agropecuária estar trabalhando para estruturar o sistema de vigilância com a intenção de sustentar o avanço da situação sanitária em febre aftosa". O RS está há quase 20 anos sem foco da febre aftosa e, assim, deve seguir.
A decisão da retirada da vacinação depende do trabalho técnico do Departamento de Defesa Agropecuária; da anuência do Ministério da

Vigilância e Educação Sanitária

Para Groff, saúde animal é um compromisso e interesse de responsabilidades compartilhadas. Desde 2018, a Seapdr executa o projeto de Vigilância Ativa de forma mais intensa em áreas de fronteira, abrangendo a cada ano em torno de 4.600 propriedades. Também está em execução um estudo de soro epidemiológico para febre aftosa em 2019-2020. São abrangidas 97 propriedades rurais com amostras coletadas em 4.780 animais. O fortalecimento do sistema de vigilância e capacitação continuada das equipes são outras estratégias adotadas.
O Projeto Fronteira, desenvolvido nos territórios fronteiriços ao Uruguai e à Argentina, também chegou à região de Santa Rosa, onde conta com o envolvimento direto da Emater/RS-Ascar. A proposta consiste em ações de conscientização sobre a retirada da vacinação da febre aftosa. Além disso, são realizadas ações de educação sanitária com foco nas obrigações sanitárias do produtor rural, incluindo orientação para que faça a notificação de doenças e mantenha suas obrigações sanitárias em dia junto à Seapdr. Diante disso, o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Ademir Renato Nedel, e o extensionista rural do Escritório Regional Jorge João Lunardi, participaram da reunião, bem como técnicos de municípios da região e o coordenador regional da Seapdr, Felipe Weiler, com quem se trabalha em parceria.

Outras informações sobre o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa podem ser acessadas no link www.agricultura.rs.gov.br/aftosa.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Santa Rosa

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