Milho apresenta bons rendimentos na região


As condições climáticas estão favorecendo uma boa safra de milho no Estado. O tempo firme dos últimos dias permitiu que os agricultores seguissem com a colheita na região. O bom desenvolvimento da cultura tem resultado em boa produtividade inicial.
O técnico agrícola Alcides Arend, associado da Unitec, explica que no município de Doutor Maurício Cardoso, no Noroeste gaúcho - onde foram cultivados em torno de oito mil hectares do cereal - a colheita já está chegando ao final, com uma produtividade que tem variado entre 100 e 180 sacas por hectare, com algumas exceções superiores, com variações devidas a problemas sanitários em algumas variedades e nível tecnológico adotado pelo produtor. "O período com vários dias nublados e chuvosos no início deste mês criou apreensão entre produtores, pois retardou em alguns dias a colheita, e neste período há pressa na colheita para fazer o novo plantio imediatamente. Contudo, isto não prejudicou a produção e a implantação de nova safra de verão (soja), que também já está praticamente concluída."
Arend ressalta que, com o passar dos anos e as experiências colhidas, foi se encontrando um período ideal para o cultivo. "O milho pode ser plantado de meados de julho até o final de janeiro. No entanto, encontrou entre 20 de julho e 20 de agosto seu período ideal, porque fugindo das eventuais geadas de
agosto e setembro, o produtor está com a safra praticamente garantida, e a colheita acontecendo entre final de dezembro e janeiro, permitindo o cultivo da segunda safra de verão, que vem sendo cultivada com bons resultados predominantemente com a cultura da soja", complementa.
Arend destaca que o cultivo do milho praticamente só acontece na safra; no entanto, algumas áreas voltarão a ser cultivadas com o cereal na safrinha, utilizando-o para a produção de silagem de planta e grão para fins de uso na atividade leiteira e engorda de gado.
A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) avalia que as produtividades apresentadas já nesta largada indicam uma boa colheita do grão. Segundo o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, o milho já tem uma área reduzida no Rio Grande do Sul, onde segundo o levantamento de janeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a área foi de 753,9 mil hectares, mas a cultura está cada vez mais verticalizada, sendo plantada com mais tecnologia e envolvimento dos sistemas de irrigação. "Mesmo com esta área menor, a cultura tem experimentado um aumento de produção em função do aumento de produtividade no Rio Grande do Sul", destaca.
Pires lembra que a janela de plantio do milho é maior e que esta é uma das características da cultura no Estado, quando se começa a se plantar em agosto, em regiões mais quentes, especialmente na costa do Rio Uruguai, e depois vai evoluindo até ir para áreas mais frias, como os Campos de Cima da Serra. Observa que mesmo a as chuvas fortes que vem ocorrendo não haverão problemas. "As chuvas atrapalham um pouco, mas não temos histórico de muitas áreas de milho em regiões alagadas. Perdas por causas destas chuvas não temos notícias, a não ser questões pontuais", ressalta.
Entretanto, o presidente da FecoAgro/RS analisa que os preços devem ser o fato negativo da safra de milho, pois o início de colheita exerce uma pressão sobre as cotações do grão. Pires avalia que esta falta de equilíbrio atrapalha no momento da comercialização. "É ruim para quem compra e quem vende, mas principalmente para o produtor que planta e começa a desacreditar na questão de estabilidade de preço e isto se reflete em redução de área. Não digo que tivesse que ficar em um patamar tão alto pois prejudica quem produz carnes e leite, mas seria interessante se ele tivesse uma manutenção de preços em patamares médios e não derretesse tanto na hora da safra", analisa.
Conforme o último levantamento da Conab, a produção de milho no Rio Grande do Sul deve fechar em 5,63 milhões de toneladas, volume 16,7% maior do que as 4,82 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior. A produtividade esperada é de 7.473 quilos por hectare, uma alta de 12,7% em comparação com os 6.628 quilos por hectare da safra 2017/2018.
A produção gaúcha deve representar 6,25 da colheita nacional do grão, que deve atingir 91,19 milhões de toneladas.

Foto: Alcides Arend/Divulgação Unitec

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