POLÍCIA MOBILIZA 200 AGENTES PARA PRENDER 22 SUSPEITOS DE DUPLO HOMICÍDIO NA ZONA NORTE DE PORTO ALEGRE E EVITAR NOVA GUERRA DE FACÇÕES


A Polícia Civil, em conjunto com a Brigada Militar (BM), realiza, nesta segunda-feira (7), uma operação para prender 22 suspeitos da morte de dois jovens a machadadas - em junho deste ano - na Vila Jardim, zona norte de Porto Alegre. Cerca de 200 agentes participam da ofensiva. A ação tem o objetivo também de evitar uma nova guerra de facções na Capital. Até as 8 horas, cinco suspeitos haviam sido detidos. Além disso, houve a apreensão de armas e drogas. Os nomes dos presos não foram divulgados.
São cumpridos um total de 56 ordens judiciais: são 16 mandados de prisão preventiva, outros seis de prisão temporária e mais 34 de busca e apreensão. A chamada "Operação Mar Tirreno" é resultado de uma investigação realizada pela 2ª Delegacia de Homicídios da cidade. Dois helicópteros estão sendo utilizados na operação.
Conforme inquérito instaurado, os suspeitos contrataram duas mulheres para atrair as vítimas para uma suposta festa particular no dia 19 de junho deste ano, por volta de 20h30min. Logo depois do encontro de fachada, pelo menos cinco integrantes invadiram a residência onde eles estavam gritando: Polícia! Polícia! Eles usavam fardas militares. Além de tortura, eles usaram um machado para desferir vários golpes contra os jovens. Uma live para os familiares das vítimas foi feita durante o assassinato.
Foram identificados dois mandantes deste duplo homicídio, que também são líderes de um dos grupos rivais, dois executores, uma outra pessoa que auxiliou no transporte dos demais, além de uma das mulheres que participaram da emboscada e demais integrantes da organização criminosa que tem base na zona leste de Porto Alegre.
Segundo o delegado Eric Dutra, responsável pela investigação, as vítimas - dois homens que seriam integrantes de outro grupo que disputa pontos de venda de drogas na Capital - acreditavam que participariam de uma festa com as duas jovens. Uma delas é alvo da operação desta segunda e a outra ainda segue sendo investigada, mas sem mandado de prisão contra ela.
- O nome com o qual a operação foi batizada, tem origem na mitologia grega. O Mar Tirreno era um local habitado por sereias, seres mitológicos capazes de encantar e seduzir pessoas por meio de seu canto, atraindo-as para a morte. Daí vem o conhecido ditado "cair no canto da sereia" - ressalta Dutra.
Morte ao vivo
Durante o crime, depois que as mulheres responsáveis pela emboscada saíram da residência onde seria o suposto encontro e após a chegada dos criminosos usando fardas, o mandante ligou para um dos executores. Dutra conta que, além da violência empregada, uma outra prática adotada por estas facções foi colocada em prática.
Enquanto os dois homens eram vítimas de golpes de machado, toda a cena foi transmitida ao vivo por meio de uma chamada de vídeo. O delegado diz que tem sido comum as "lives" entre os criminosos para depois serem usadas como instrumento de demonstração de força ou poder entre eles. Em muitos casos, elas têm sido divulgadas em grupos de WhatsApp ou em grupos fechados nas redes sociais.
- Para evitar o que ocorreu no ano passado na Capital, quando mais de 20 pessoas foram mortas no combate entre grupos rivais, o que se estendeu até para algumas cidades da Região Metropolitana, essa operação de hoje (segunda-feira) visa prender vários integrantes destes grupos responsáveis por homicídios, em especial o da Vila Jardim. Foram 40 dias de intensas investigações e troca de informações para identificar casos e todos os envolvidos - ressalta o diretor do Departamento de Homicídios, delegado Mario Souza.
O delegado diz ainda que, "a forma brutal com que foi cometido o crime das vítimas mortas a machadadas, bem como suas circunstâncias, exigiam uma resposta rápida e firme por parte do Estado". Souza diz que as investigações continuam.
Como um dos objetivos da ação também é evitar nova guerra de facções, os nomes das vítimas também não estão sendo divulgados. Dutra destaca que a investigação e a repressão a este fato tiveram de ser rápidas porque uma outra morte que ocorreu um dia depois do duplo homicídio pode ter relação. O assassinato de um homem de 35 anos de idade no bairro Bom Jesus pode ter sido uma retaliação inicial ao crime na Vila Jardim.
Durante as investigações, outros quatro criminosos envolvidos na execução da Vila Jardim haviam sido presos. O delegado Eric Dutra ainda destaca que um dos mortos - em junho - era familiar do líder de um dos grupos que estariam em confronto.
FONTE: GZH

Aplicativo

Facebook


Twitter